Tenho veemente essa vontade arguta de querer o agora...
De sentir o ‘’toda hora’’, porque eu quero agora o que o amanhã vai me oferecer. Não quero mais essa verdade séptica que me iludiu e me fez chorar. Mas agora quero acordar com o perfume das urzes na minha janela.
Quero ler um livro em uma dessas tardes suave, vestidas de amarelo e depois esperar a noite chegar e no brilho das estrelas encontrar aquele velho encanto de um amanhã novo e reluzente.
Quero sentir meus olhos luzir... Quero chorar de alegria, quero escrever versos de conquistas e fazer das minhas quedas, novos degraus para o céu eu imaginar e conseguir alcançar.
Quero dançar nas pontinhas dos dedos sentindo o cheiro de clima de montanha...
Quero poder me balançar sentindo a brisa me beijar e me fazer paisagem enquanto reflito nessa verdade: A de que o passado passou e o presente sou eu agora com meus anseios, experiências e vitórias.
Quero sentir dezembro chegar e ver as luzes nas ruas a noite brilhar.
Quero ninar uma criança com umas daquelas histórias gostosas que nossos pais nos contam antes de dormir... Quero ver os floquinhos de neve cair dentro de um globo de vidro e poder me sentir pequena o suficiente para estar lá dentro e grande o suficiente para guardar toda a felicidade que as vezes não percebemos que existe dentro de nós.
Quero ter uma visão auspiciosa e verdadeira. Quero fazer aquarela com a chuva de verão. Quero rir dos momentos que chorei. Quero sentir cheiro de terra molhada;
Quero um som suave e uma voz verdadeira dentro do meu âmago dizendo-me que essas coisas bonitas que só encontramos em poesias começaram de verdade a se tornarem realidade!