sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tão adulta.


   Já eram quase onze da noite quando a garotinha, ainda tão nova, sentou-se no meio fio, da rua Cornellius, e olhou o céu. Ela deve ter pensado que os planetas nunca iriam se alinhar em sua órbita. Meio que de soslaio ela observava o vento fazendo a curva na esquina e desejou se perder por alí, mas não podia. Tinha que ficar. Ela tinha que erguer a cabeça mais uma vez e tentar encontrar outro caminho que a levasse a qualquer destino que não fosse a desilusão. 
  Mas pra que tanto desamor? Tanta complicação? O mundo não seria mais bonito se as coisas simples fossem feitas com simplicidade? Se ao invés de brigas tivessem mais declarações? Então a pequena começou a sentir suas rosadas bochechas ficarem inundadas das lágrimas que escorriam sobre elas. Pobrezinha, tão nova e tão já sofrida das complicações dos adultos. Sim, dos adultos. Porque ela mesma sabe que quando era mais nova, gostava de observar do alto da sua janela, o movimento dos adultos. Tão cheios de pressa, sem expressão nenhuma a não ser a da preocupação. Tanta gente solta sem querer se enlaçar a alguém, sem querer amar ninguém, por julgar ser muito complicado conviver com o outro. Ou outros até possuem medo de se envolver com alguém.
   Esses adultos, dignos de pena, que não sabem rechear os problemas com sorrisos;  não sabem esquecer o passado. E não sabem cultivar o futuro se entregando ao amor. Pobrezinha, da minha menina, que já tão nova sofre dessa doença que assolam essas pessoas que dizem que se relacionam. Mas, então, essa gente não sabe que o amor faz chorar? Que problemas, todos tem? Só que, apesar disso, nada pode pagar aquelas borboletas no estomago quando se está amando. Ou então aquele sorriso que te invade do nada apenas em pensar naquela pessoa... Meu Deus, que doença triste... Que faz com que essas pessoas deixem de amar...
   Agora, a garotinha tenta não mais olhar pra trás. Tenta esquecer a dor de ter o coração partido ou pelo menos tenta se levantar mais uma vez, porque ela bem sabe, que o mundo não para pra que ela possa remontar seu coração. E mesmo querendo deixar que o vento a leve pra longe dalí, ela permanece. Pobre garotinha, tão nova... tão forte... tão adulta.