domingo, 20 de novembro de 2011

Agora



Tenho veemente essa vontade arguta de querer o agora...
De sentir o ‘’toda hora’’, porque eu quero agora o que o amanhã vai me oferecer. Não quero mais essa verdade séptica que me iludiu e me fez chorar. Mas agora quero acordar com o perfume das urzes na minha janela.
Quero ler um livro em uma dessas tardes suave, vestidas de amarelo e depois esperar a noite chegar e no brilho das estrelas encontrar aquele velho encanto de um amanhã novo e reluzente.
Quero sentir meus olhos luzir... Quero chorar de alegria, quero escrever versos de conquistas e fazer das minhas quedas, novos degraus para o céu eu imaginar e conseguir alcançar.
Quero dançar nas pontinhas dos dedos sentindo o cheiro de clima de montanha...
Quero poder me balançar sentindo a brisa me beijar e me fazer paisagem enquanto reflito nessa verdade: A de que o passado passou e o presente sou eu agora com meus anseios, experiências e vitórias.
Quero sentir dezembro chegar e ver as luzes nas ruas a noite brilhar.
Quero ninar uma criança com umas daquelas histórias gostosas que nossos pais nos contam antes de dormir... Quero ver os floquinhos de neve cair dentro de um globo de vidro e poder me sentir pequena o suficiente para estar lá dentro e grande o suficiente para guardar toda a felicidade que as vezes não percebemos que existe dentro de nós.
Quero ter uma visão auspiciosa e verdadeira. Quero fazer aquarela com a chuva de verão. Quero rir dos momentos que chorei. Quero  sentir cheiro de terra molhada;
 Quero um som suave e uma voz verdadeira dentro do meu âmago dizendo-me que essas coisas bonitas que só encontramos em poesias começaram de verdade a se tornarem realidade!

sábado, 12 de novembro de 2011

Primavera perdida


De alguma forma não vejo mais a primavera. De alguma forma aquele leve gosto de satisfação ao te ver sorrir não existe mais. De certa forma acho que vivi um sonho ou um pesadelo. Tudo foi tão rápido e tão dolorido que não sei nem escolher as palavras certas... Eu realmente não entendo como uma pessoa pode fazer de tudo por alguém e simplesmente esse alguém não se importar ou então jogar tudo no mar do esquecimento. Não me desce ver que você não é mais aquela pessoa que um dia enxugou minhas lágrimas e disse que para sempre estaria ao meu lado. Sei que um dia eu escrevi seu nome no céu e na areia da praia. Eu fazia uma epifania ao ler o seu nome em uma folha de caderno. Viajava no seu olhar  e escrevia poesias ao te beijar. Passava madrugadas sorrindo porque sabia que você estava comigo. Mas você me provocou uma decepção tão desenfreada, tão colossal que hoje eu queria arrancar meu coração com minhas próprias mãos e jogá-lo fora, porque eu sinto como se você estivesse tatuado nele - e isso me sufoca. Hoje eu preferia não ter pensado que vivi um romance com você. Preferiria não ter escrito todas aquelas frases em nome do nosso amor. Hoje eu desejo não ter te conhecido. Queria voltar no tempo e poder não cruzar o seu caminho. Mas infelizmente o destino nos uniu... E você me feriu como nunca pensei que alguém poderia ferir. Você me fez sentir uma dor que não pensava que existia. Fez questão que eu provasse cada lágrima amarga, enquanto você me via e ouvia jogá-las fora, por sua causa.
Pra mim não existe mais primavera. Pra mim não existe mais flores nem um luar apaixonado. Você simplesmente roubou meus sonhos e transformou quase dois anos em pesadelo. Mas eu sempre escrevi que depois de um grande temporal há sempre um arco-íris. E depois da primareva há sempre uma nova estação. E como o mundo dá voltas essa estação virá cheia de brilho, calor, cor e novos sorrisos. Aqueles sorrisos que a primavera me roubou. Aquela alegria que você arrancou de mim só porque eu decidi e apesar de tudo quis te amar como jamais amei alguém. Pena que você não valorizou a primavera... Porque agora, se depender de mim, ela nunca vai voltar a te encontrar. Eu jamais voltarei a levar novas flores e urzes para ter a satisfação de te ver sorrir mais uma vez...